Objeto literário: qual o seu valor?

Para este texto, pensei em trazer uma breve reflexão a respeito da proposta de Dominique Maingueneau sobre o discurso literário, mais especificamente sobre circulação, pregnância e valor de um objeto literário.

A partir disso, podemos pensar na constituição de um campo com objetos que chamamos de literário e ressaltar que nós somos todos participantes da construção e sustentação deste campo.

E para entender melhor sobre essa circulação e pregnância, temos que levantar 3 tópicos que constituem todo esse processo para geração de valor de um objeto literário:

1- rede de aparelhos;
2- campo discursivo;
3- arquivo.

A rede de aparelhos se constitui a partir do campo discursivo e arquivo. É através dela que será delimitado o campo discursivo. Ela pode ser composta por mediadores, como editores e livreiros, ou por avaliadores, como professores, críticos, etc. São eles os responsáveis por atribuir o valor literário.

Já o campo discursivo é onde se encontra os posicionamentos. Aqui, existe um equilíbrio instável e dinâmico, onde o discurso pode se transformar e onde também existe elementos mais ou menos duradouros.

Por fim, temos o arquivo. É através dele que se dá o campo discursivo. Aqui podemos levantar a ideia de memória interna e filiações, ou seja, pensar em recomendações ou críticas, por exemplo, que atribui uma maior visibilidade para uma determinada obra e é uma etapa muito importante para quem busca essa pregnância de um objeto literário.

Estes 3 pontos são essenciais durante o processo de circulação de uma obra. É necessário que exista toda uma conversa entre cada um deles para que o objetivo de gerar valor para o objeto literário seja, de fato, alcançado.