A arte de criar um livro

Uma das primeiras discussões que tivemos na disciplina “Discurso literário: criação, edição e consumo” foi sobre o que é o literário. Muitas definições surgiram, e a partir daí, durante todas as aulas e discussões seguintes me vi refletindo a respeito disso e, mais precisamente, do que é o livro e o que faz ele ser o que é.

Entre os diversos fatores que fazem o livro ser o que é e ter o valor que possui, hoje falarei somente sobre a etapa de criação e diagramação.

Cada livro possui características e elementos que o tornam aquilo que ele é. Durante o processo de criação e editoração, tudo é pensado para atingir um objetivo principal.

Gosto de imaginar as perguntas que são feitas na construção de uma obra literária, e sempre imagino algo como:

“quem eu quero que seja o meu leitor?”

“qual título parece atrativo para este leitor?”

“O livro vai ter um design mais minimalista ou com grandes ilustrações coloridas e chamativas?”

Além dessas, mais inúmeras perguntas precisam ser feitas para que o livro alcance o leitor desejado e que se torne o objeto editorial planejado. Até mesmo detalhes que para alguns parecem ser irrelevantes, como o material com o qual o livro é feito e como são as páginas deste livro, são essenciais para esse processo.

Pensar nesse conjunto de elementos cria toda uma experiência para o leitor, cada tipo de texto exige características específicas, cada leitor procura um detalhe diferente.

Portanto, a arte de criar um livro, ao meu ver, não é saber fazer um livro que agrade a todos (até porque isso seria uma tarefa quase improvável), mas que atinja exatamente o público-alvo planejado e dê a eles a experiência de leitura de acordo com o que eles buscam!